O novo livro de Lucas Guimaraens mistura lembranças e urgências, visita e revisita a vida em todos os seus tons, sons, cores e sabores, e nos leva junto em todas as direções para onde aponte sua rosa dos ventos. “Há uma lágrima / sobre cada palavra. / Ela nos liberta / sendo quase nada.” Dividido em três seções, Lugar, Nós e Linguagens, Amarrar o corpo na lua condensa uma poética de rara intensidade, que contempla e evoca tanto o tempo interno como o tempo histórico, tanto as emoções como as forças da natureza, trazendo à tona o que há de mais belo e único na arte literária, a empatia de olhar a si no olhar do outro, de navegar entre o dito e o não dito, entre o real e o simbólico, entre o corte e a palavra, criando novas surpresas e novos sentidos a cada nova leitura. “O mundo é leve / cabe em um canudo / poucas folhas / e alguns desenhos / formatos criados / fronteiras estabelecidas / mapa sem tesouros.” Poeta de fina estirpe, Lucas cativa o leitor com a arte de dizer mais do que as palavras dizem, e reafirma aqui seu estilo muito próprio e sua vocação para a escrita, nos entregando em livro o tesouro oculto de sua cartografia.

Segundo Milton Nascimento, “a pena de Lucas Guimaraens nos leva para o delírio real, o sonho concretizado, a certeza de que outro mundo dentro de nosso próprio universo é possível. Poesia de palavras e cores. Caminhos de verdade, de abrigo, de tudo que soa, o que poderá trazer o que merecemos.”